Flamengo x São Paulo: Carpini carpinou

Na avaliação sobre a demissão de Carpini, mencionei as alterações ofensivas ruins que ele fez. Ontem (17), contra o Flamengo, o técnico repetiu a dose e, ironicamente, o placar foi o mesmo (derrota por 2×1).

O time foi a campo novamente no 3-5-2, trocando o terceiro homem do meio e o ala (Michel Araújo ocupou a vaga de Galoppo e Welington assumiu a ala). Talvez a saída de bola tenha ficado pior, pois o goleiro Rafael deu passes perigosos e errou alguns.

É plausível usar Araújo como armador, no entanto, sua característica está mais para um meia condutor, não um maestro. O pior foi a não titularidade de André Silva e a presença de Calleri. Ora, o centroavante não jogou machucado contra o Cobresal? Como permitem que ele participe de três partidas seguidas?

Carpini provavelmente percebeu que o São Paulo não via a cor da bola e fez duas alterações no intervalo: saíram Ferraresi e Araújo, entraram Erick e Ferreira. O que era um 3-5-2 virou um 4-2-4, sem o zagueiro mais eficiente na saída de bola e sem um armador de ofício. Começou a carpinagem.

Veio o segundo gol do Flamengo e Calleri deu lugar a André Silva, que mostrou outra vez que merece uma oportunidade como titular. Briga, tem alguma qualidade técnica e fez um golaço no Fortaleza.

Rafael evitou um prejuízo maior com boas defesas e o volume de jogo do tricolor aumentou, dando esperança ao torcedor. O empate parecia possível.

No final do jogo, Carpini fez o impensável: colocou o atacante Juan no lugar de Pablo Maia. 4-1-5, sendo o “1” um volante construtor, contra o Flamengo no Maracanã. Ainda que Carpini esteja lutando por seu cargo, é inconcebível ir para o tudo ou nada nas duas primeiras rodadas do campeonato, como se fosse um mata-mata.

Nem no mata-mata seria uma boa ideia encher o time de atacantes e esvaziar o meio-campo. No texto anterior, pensei em mencionar que o técnico Tite, na seleção brasileira, deixou o time inadequadamente ofensivo em três ocasiões (Copas de 2018, 2022 e na final da Copa América de 2021). Imaginei que havia o risco de Carpini agir parecido, mas fiquei surpreso com a repetição.

Parece que o técnico-aposta precisa de mais “casca” para lidar com a pressão que está sofrendo.

Por último, é estranho como esse São Paulo chegou perto de empatar com o Flamengo.

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