Quantidade de partidos políticos é um problema?

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Atualmente, há, no Brasil, 32 partidos políticos. Há críticas recorrentes a esse número, como a que afirma não existirem 30 ideologias. Esse pensamento, exposto por figuras como Gilberto Kassab, presidente do PSD, possui dois erros centrais.

As pessoas devem ter liberdade política para serem eleitas. A partir do momento em que se obriga a filiação e se limita a quantidade de partidos, o rumo natural é o fortalecimento das oligarquias. Como um candidato poderia ser outsider se precisa do apoio do partido para concorrer? A permissão para candidaturas avulsas já romperia esse defeito da limitação partidária, mas entendo que a criação de partidos deve ser facilitada.

O segundo erro do argumento é apontar como problema o que não é. Existirem mais partidos do que ideologias não prejudica ninguém e para haver uma ideologia nova basta que alguém pense em algo novo. Como um planejador central poderia determinar quantas são as ideologias e definir o teto do pluripartidarismo?

Se considerarmos que o eleitor é tão incapaz de analisar a política a ponto de ter seu voto prejudicado pela quantidade de partidos e confusão ideológica entre eles, esse eleitor não tem condições cognitivas mínimas para votar, sob pena de sempre eleger alguém incompatível com as próprias ideias.

Há quem mencione a forma com a qual o governo se torna um balcão de negócios, fatiado entre as siglas. A resolução para isso está em o eleitor escolher melhor, pois menos partidos não significa menos corruptos no poder.

Por fim, um problema que eu mesmo apontava é a distribuição de recursos, as eleições se tornando uma fonte de renda. Basta acabar com o financiamento público de campanhas que os políticos profissionais deixam de ser um prejuízo para o Estado.

Ocorre que vários dos problemas governamentais brasileiros tem a ver com 3 fatores: as pessoas que estão no poder, as pessoas que as colocaram no poder e a estrutura do poder. Falarei mais sobre eles num post sobre reforma política. O pluripartidarismo não é um vilão.

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